quinta-feira, 24 de novembro de 2011
O Mito da Democracia Racial
Analisar sob uma visão crítica as relações raciais no Brasil foi e tem sido difícil, isto porque o país apresenta uma auto-imagem de uma nação racialmente democrática. Ao analisar indivíduos negros e brancos em várias dimensões, torna-se perceptível que sempre estiveram em posições desiguais, em relação à oportunidade. E para tentar explicar e/ou justificar esta afirmativa é invocado a herança da escravidão como argumento. Porém ao fazer uma análise comparativa à posição atual do negro a outras minorias que no momento da pós-abolição também foram socialmente marginalizados, como os imigrantes europeus que para aqui vieram, é visível tal diferença. Hoje boa parte da elite econômica, política e intelectual do país são oriundas desse grupo de imigrantes pobres, no entanto a situação da maioria da população negra manteve-se inalterada. Assim como explicar as precárias condições do negro atualmente? Outra face do racismo está presente nas escolas, Pois a forma que hoje é abordado um indivíduo negro em alguns livros didáticos atinge negativamente a criança negra, quando reforçam uma imagem estereotipada e inferiorizada do negro, gerando conseqüência em sua auto-estima. Tal fenômeno ocorre para reduzir as possibilidades em afastar o estudante negro das oportunidades de uma educação bem sucedida. Com o intuito de tentar solucionar este problema foi criada e aprovada a lei n° 10.639/03, que estabelece a obrigatoriedade de toda instituição de ensino promover estudos sobre a história e cultura africana e afro-brasileira, influenciando positivamente na auto-estima dos jovens e crianças negras, e desmistificando a imagem do negro entre as demais crianças. No Brasil os movimentos sociais trabalham em busca de soluções para a desigualdade étnica. Um passo de grande importância já foi dado nesta longa discussão, que foi a instauração de debates sobre o assunto, isso representa o reconhecimento do Brasil como uma nação racialmente desigual, evidenciando a necessidade de combater o tratamento diferenciado ainda existente nessa sociedade, em vários âmbitos camuflados pela idéia de uma “democracia racial”.
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